O livro-jogo e suas regras surgiram no Brasil na década de 90, e seu principal alvo era o público juvenil, que se divertia escolhendo diferentes caminhos para os personagens, tentando achar o final feliz da história.
Para esta história, o formato de livro-jogo não foi escolhido apenas para proporcionar diferentes caminhos para o leitor tentar chegar ao final da história; este formato foi escolhido porque essa é a única maneira de se contar essa história de uma maneira eficiente.
A história começa com uma clássica situação de “personagem inocente que se envolve com uma grande conspiração”, mas quando o leitor começa a montar suas especulações sobre o que pode acontecer, a história muda quase que completamente, deixando o leitor confuso e desafiado a descobrir o que está acontecendo. O formato de livro-jogo é o que aumenta esses sentimentos no leitor, porque ele percebe que se ele não pegar todas as pistas, ele não vai chegar ao final da história.
É
um livro para ser lido e relido como qualquer livro-jogo; é quase impossível
desvendar a história na primeira vez que ele é lido. Tomar diferentes
decisões, presenciar outros fatos, coletar novas pistas e descobrir
novas características de pistas antigas são as possibilidades
que a releitura do livro proporciona.
O tema inicial da história e seu formato atraem o público adolescente,
seu tema principal e seu nível de desafio atingem o público
adulto, e a conclusão que surge quando a história é decifrada
é algo que amedronta qualquer um, pois o leitor sentiu junto com o
personagem como é difícil e angustiante lidar com essa situação,
uma situação que pode acontecer com qualquer pessoa, independente
de sexo, cultura ou classe social; basta ser humano para ser um alvo.